O que ninguém te conta sobre fazer um curso

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O que ninguém te conta sobre fazer um curso

jul. 12, 2020

Tempo de leitura: 9min

Quando estamos no Ensino Médio, ouvimos tanto que precisamos entrar na faculdade, que nem paramos pra pensar se realmente temos que fazer um curso.

Fora o diploma/certificado que recebemos no final, os cursos servem pra que a gente possa estudar mais profundamente sobre o assunto com que queremos trabalhar. Mas muita gente acha que vai se formar no curso e se tornar um profissional 100% preparado pro mercado de trabalho. Isso é uma grande ilusão!

Então vamos te contar 10 segredos que ninguém te conta:

1) Você não vai gostar de todo o curso. Se você escolher um curso sobre um assunto que te interessa, você vai aprender muitas coisas legais nele. Vai ter aulas incríveis e descobertas empolgantes! Mas também vai ter aulas chatas, disciplinas que te fazem se perguntar "Céus, pra que eu tô estudando isso?", trabalhos e provas desesperadores e professores que vão te dar vontade de abandonar tudo. Agora imagina... Se já é desafiador fazer um curso que te interessa, imagina como é difícil fazer um curso que não te interessa!

Mas o que queremos explicar é: você vai enfrentar momentos difíceis. Mas também vai sobreviver a eles. As disciplinas chatas acabam, os trabalhos imensos terminam, o TCC passa. Concentre-se naquilo que chama a sua atenção no curso, porque isso já vai te dando indícios de quais áreas da profissão são mais atraentes pra você.

2) O começo do curso é quase sempre sem sal. Quando nos candidatamos pro curso, já ficamos morrendo de vontade de estudar sobre aquele assunto, e assim que as aulas começam vem um balde de água fria: ainda não tem nada sobre aquele assunto que queremos estudar. Isso é super comum, e é nesse momento que a maioria das pessoas se perguntam: "Será que esse curso é pra mim mesmo?".

Ainda que as primeiras disciplinas sejam sem graça, elas são a base pra que você possa se preparar pros assuntos mais profundos, que costumam vir lá pra metade do curso. Se logo no início estiver em dúvida se o curso é mesmo pra você, converse com os alunos que já estão nos semestres mais avançados e investigue as disciplinas que virão a seguir. Todo início de curso é mais chatinho mesmo, mantenha a calma.

3) Fazer um curso profissionalizante é MUITO diferente de estudar na escola. Na escola os professores praticamente pegam na sua mão e te levam pelo caminho da iluminação. No curso, você vai se sentir abandonado muitas vezes. Sem saber como estudar e sem nem saber pra quem pedir ajuda. Quando isso acontecer, respire fundo e mantenha a calma. Isso é normal. No nosso país passamos por essa mudança de um jeito muito brusco, e ninguém é preparado pra isso. Mas você vai encontrar o jeito, vai aprender ao longo do curso como se virar.

A boa notícia é que esse jeito mais solto de aprender aumenta o nosso autoconhecimento: temos que descobrir quais métodos de estudo funcionam melhor pra gente, como preferimos nos preparar pra uma prova e como encontrar as informações que a gente precisa. Passar por essa experiência é muito importante, porque também será assim no mercado de trabalho, e essa já é uma forma de nos prepararmos.

4) Você vai sair do curso sentindo que ainda não está pronto pra trabalhar. Infelizmente isso acontece porque nossos cursos ainda são muito teóricos, e não se preocupam muito em nos treinar pra prática de uma profissão, pras atividades que vamos ter que fazer no dia-a-dia. Então é normal terminarmos o curso sentindo que sabemos um monte de coisas, mas que não sabemos aplicá-las. Isso também acontece porque nos cursos aprendemos o geralzão de tudo, e não nos aprofundamos 100% nos assuntos. É por isso que vemos tanta gente que termina um curso e vai fazer uma especialização, pra aprender mais sobre um tema que acabou interessou.

5) Você vai se sentir mais preparado pro mercado se aproveitar ao máximo as atividades da instituição. Geralmente o mínimo que temos que fazer durante o curso é assistir as aulas e fazer as provas. Mas costumam existir várias outras atividades de ensino dentro da instituição. Nas universidades, por exemplo, acontecem eventos todos os semestres, nos quais você pode aprender muito. Também dá pra dar mentoria de alguma disciplina para os outros alunos, participar da empresa júnior, apresentar em congressos, começar estágios, pesquisar em Iniciações Científicas, se inscrever em competições, e várias outras ideias malucas. Por mais maluca que pareça a atividade, experimente participar delas. Assim você vai adquirir experiências que nunca conseguiria nas aulas, e isso vai te dar mais bagagem pra quando for trabalhar.

6) Dá pra ir estudando fora da instituição também. Não precisa se prender só à instituição em que você tá fazendo o curso. Ficou sabendo de algum evento que tá acontecendo em outro lugar e que dá pra você participar? Vá em frente! O bom é que quase todos eles oferecem condições especiais pra estudantes, tipo desconto no ingresso. Lembre-se: seu eu do futuro vai ser muito grato por você ter tido tantas experiências diferentes!

7) Você vai aprender mais na prática do dia-a-dia do que durante o curso. Essa é a mais pura verdade. Tem muita gente que fala depois de alguns anos de trabalho: "Nossa, parece que meu curso nem adiantou de nada. Eu aprendi mesmo foi na raça". Isso acontece porque com o tempo sabemos tão bem aquilo que aprendemos durante o curso que parece até que a gente já nasceu com esse conhecimento. Nem parece que foi preciso se formar pra saber essas coisas. Mas também porque a prática ensina muito mesmo. É testando no dia-a-dia que você vai saber que caminhos funcionam melhor.

8) Alguns semestres são mais sobrecarregados do que os outros. As instituições organizam o curso de forma que a gente aprenda os assuntos mais importantes ao longo dele, mas às vezes alguns semestres ficam bem mais sobrecarregados do que os outros - com milhões de trabalhos, provas sem fim, professores carrascos, e tudo o mais. É muito comum que nesses períodos nossa saúde (física e mental) fique totalmente abalada, e isso é terrível! Por isso, nesses momentos você vai ter que ser o seu melhor amigo e buscar ao máximo preservar a sua sanidade.

Uma forma bem comum de fazer isso é trancar algumas disciplinas e deixar pra fazê-las em um próximo semestre, quando as coisas já estiverem mais calmas. Se pra isso for preciso ficar um tempinho a mais no curso, não se culpe. O seu bem-estar faz toda a diferença pro seu aprendizado e aproveitamento do curso.

9) O mesmo curso varia muito de instituição pra instituição! Então pesquise bastante qual é o foco do curso que te interessa nas instituições mais próximas de você. Pode ser que uma delas não te atenda muito bem, enquanto a outra tem o foco que você realmente tá buscando. Pesquise muito sobre isso e converse com quem já tá estudando nessas instituições pra tirar todas as suas dúvidas.

10) Nas universidades públicas quase todas as aulas são abertas pra quem quiser. Então experimente assistir a uma aula do seu curso de interesse pra sentir o clima. Basta entrar em contato com a secretaria do curso e perguntar como você pode fazer essa visita.

Uma última palavrinha sobre fazer um curso...

Muita gente pensa que gostaria de seguir uma profissão, mas que não vai se arriscar, porque não sabe nada sobre aquela área. Por exemplo: "Nossa, Design é uma profissão que sempre chamou muito a minha atenção, mas eu não sei muito sobre arte, então melhor não seguir esse caminho". Se esse for o seu caso, lembre-se que você não tem que dominar 100% um assunto pra se interessa por ele. É justamente no curso que você vai ter a oportunidade de ganhar conhecimentos sobre o assunto.

Agora que você já sabe os 10 segredos, podemos te mostrar como escolher o seu curso.

Ah, se quiser ter ainda mais segurança sobre a sua escolha, experimente o DiretriX. No nosso app você escolhe a sua profissão enquanto joga. ❤

Isis Graziele da Silva | CRP 06/142189

Psicóloga e orientadora profissional. Escolheu psicologia porque queria desvendar crimes. Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Jurídica. Tem experiência em consultório e cursinho pré-vestibular. Co-autora de "Pré-vestibular: práticas para psicólogos" e autora de "Porque fazemos selfies".

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