5 lições que aprendemos atendendo milhares de pessoas em Orientação Profissional
Reflexões reais de quem escuta escolhas todos os dias - e como isso pode transformar a sua atuação como orientador ou orientadora.
Tempo de leitura: 6min
Ao longo dos últimos anos, o Instituto Viae atendeu milhares de pessoas em busca de apoio para tomar decisões profissionais com mais consciência, clareza e leveza. Foram adolescentes, adultos em transição, pessoas que nunca escolheram nada por si mesmas, outras que precisavam recomeçar depois de perdas, traumas ou esgotamento. Gente com pressa. Gente com medo. Gente que só precisava ser escutada de verdade.
Nesse percurso, aprendemos muito. Sobre o mundo do trabalho sim, mas, acima de tudo, sobre o mundo interno de quem escolhe.
Neste artigo, reunimos algumas das lições mais profundas (e práticas) que esse volume de acompanhamentos nos trouxe, com o objetivo de te
ajudar a repensar e fortalecer a sua prática como orientador ou orientadora profissional
— especialmente se você está começando agora e quer se sentir mais seguro(a) para atender.
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1
O problema quase nunca é a escolha, e sim o jeito como a pessoa aprendeu a escolher.
Muita gente chega dizendo: “não sei o que quero”, “não sei escolher”, “sou perdida”. Mas o que observamos na prática é que, muitas vezes, o problema não é a falta de opções ou interesses, e sim os filtros distorcidos que a pessoa usa pra decidir.
O que aprendemos:
As pessoas internalizam formas de escolha baseadas em agradar, evitar dor, corresponder a expectativas ou buscar “garantias de sucesso”. Poucos sabem escolher com base no que realmente faz sentido pra si, e é esse aprendizado que a OP deve favorecer.
Aplicação prática para orientadores:
Incluir momentos no processo pra investigar como a pessoa costuma tomar decisões, não apenas o que ela quer decidir. Trabalhar os filtros distorcidos e reconstruir critérios próprios é tão importante quanto explorar o mundo profissional.
2
Escutar de verdade vale mais do que qualquer ferramenta.
A escuta ainda é subestimada. Muita gente procura “a melhor atividade” ou “o melhor recurso pra aplicar”. Mas o que mais gera transformação nos nossos processos é escutar com presença e sem pressa, pra poder devolver com coragem aquilo que a pessoa precisa ouvir e entender sobre si mesmo.
O que aprendemos:
Ferramentas dão apoiam, mas não substituem uma escuta que acolhe, confronta e sustenta complexidades. Já vimos pessoas destravarem bloqueios profundos só porque, pela primeira vez, alguém realmente as ouviu.
Aplicação prática para orientadores:
Antes de buscar a próxima atividade criativa, se pergunte: “estou escutando de verdade essa pessoa?”. Às vezes, a intervenção mais potente está numa devolutiva simples, mas precisa sobre o que você está observando no processo.
3
Informação em excesso trava. Informação organizada liberta.
Com tanta informação disponível, muita gente acha que precisa conhecer todas as profissões pra escolher. Mas o que observamos é o contrário: o excesso de informação confunde, e - pior ainda - a informação mal organizado paralisa.
O que aprendemos:
Ajudar a pessoa a estruturar suas referências, entender por que ela se interessa por certas opções e acessar as informações certas, no momento certo, é o que realmente faz diferença.
Aplicação prática para orientadores:
Evite despejar listas de cursos ou sites genéricos. Em vez disso, crie estratégias pra organizar o pensamento da pessoa, mapear curiosidades reais e ensinar a buscar de forma ativa e criteriosa.
4
Ninguém escolhe o futuro sem entender o passado.
Toda escolha carrega histórias. De escola, de família, de trabalho, de autoestima. Não tem como escolher o que virá sem encarar o que já foi. E não adianta acelerar essa etapa.
O que aprendemos:
As escolhas mais conscientes vêm depois de um reencontro com a própria trajetória. Quando a pessoa entende o que foi aprendido, negado ou exigido dela até ali, ela começa a fazer escolhas mais suas - inclusive, a escolha costuma acontecer automaticamente a partir disso.
Aplicação prática para orientadores:
Dê espaço para a história da pessoa antes de querer levá-la ao futuro. Use conversas e recursos que ajudem a ressignificar experiências já vividas, não apenas a projetar novas.
5
Toda escolha é, no fundo, uma conversa sobre quem se é e quem se quer ser.
Escolher não é só uma decisão técnica. É uma construção simbólica de identidade. A pessoa precisa se reconhecer no caminho que vai seguir. E isso exige coragem.
O que aprendemos:
Escolhas sólidas nascem quando a pessoa sente que não está apenas “seguindo um caminho lógico”, mas sim caminhando na direção de algo que a representa. Mesmo que essa direção ainda esteja em construção.
Aplicação prática para orientadores:
Ajude seu orientando a se apropriar do processo. Convide-o a se perguntar, em cada etapa: “isso combina com quem eu estou me tornando?”.
Conclusão
Depois de milhares de acompanhamentos de Orientação Profissional e de Carreira em diversos formatos com brasileiros de todos os estados e em mais de 10 países, uma certeza nos acompanha: orientar escolhas não é sobre entregar respostas, é sobre criar condições pra que elas surjam dentro do orientando de forma consciente e honesta.
E isso só acontece quando a gente une teoria, prática, escuta e presença. Com ética, com estrutura e com afeto.
Se você também deseja construir uma prática assim (mais viva, mais estratégica, mais conectada com o mundo real), não importa qual é a sua área de formação ou quanta experiência você tem com esse tipo de serviço. O que importa é que você não está sozinho - conte conosco pra se tornar um excelente orientador profissional que vai fazer a diferença no mundo.
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💡Acompanhe o @institutoviae pra aprender um pouco mais sobre Orientação Profissional criativa todos os dias

Isis Graziele da Silva | CRP 06/142189
Psicóloga especialista em carreira, orientadora profissional e co-fundadora do Instituto Viae. Já acompanhou milhares de pessoas em processos de escolha e criou ferramentas reconhecidas por unir sensibilidade, criatividade e estrutura. Também se dedica a fortalecer a prática de outros orientadores que querem apoiar escolhas com ética, inteligência estratégica e escuta real.
O Instituto Viae é um laboratório vivo de Orientação Profissional e de Carreira. Criamos ferramentas, formamos orientadores e abrimos caminhos para escolhas mais conscientes, humanas e possíveis.